Aprovechando que en una semana empieza una nueva edición del curso de verano en Khanimambo, José Luís Ibarra, voluntario en el Curso de Verano de 2013, nos ha escrito una carta con sus sensaciones del año pasado:
Mi historia es la de un chaval que lo despiden de un curro en el que no estaba a gusto. No estaba a gusto con nada realmente. Quería sentirme útil, sólo eso, y tenía todo un año por delante. Así que busqué proyectos tanto personales como profesionales para ello.
Primero lo intenté con toda la ilusión del mundo con una ONG cristiana, católica y no sé cuantos apellidos más. Me dieron la hostia más grande que me he llevado nunca… No estaba preparado para ayudar, me dijeron. Unos días mas tarde, Julia, una buena amiga, para intentar animarme me pasó el vídeo de ¿Necesitas sonreír? Déjate Ayudar.
Yo sinceramente necesitaba esa sonrisa y fueron los niños de ese vídeo los únicos que me hicieron sonreír. Los niños y también Mercedes, Alice y más tarde Eric y Alexia.
Ahora se cumple un año desde que participé en el Proyecto Ungata, el curso de verano de la Fundación Khanimambo. Hoy miro hacia atrás y, sin duda, ésta ha sido una de las experiencias más enriquecedoras de mi vida.
Al principio no sabía muy bien cómo iba a ayudar, y sinceramente todavía no sé en que ayudé. Los primeros días fueron duros, de adaptación, pero gracias a las ganas que teníamos María y yo, pasaron rápido. Todo pasó muy rápido. Creamos el equipo de los Tigres y siempre lo defendimos bajo ese porche verde y blanco de la Escolhina de Khanimambo. Con el resto de “Animales” íbamos dos veces por semana a la playa de Xai Xai. Allí ya no había equipos. Me quedo con todo eso. Con eso y con mil y una experiencias más.
Si tuviera que definir a Khanimambo con una palabra, sería compromiso. No se trata de un proyecto puntual, es un proyecto de vida en el que puedes colaborar como buenamente puedas y en donde sabes cual es el destino de esa colaboración. Y no es que lo sepas, es que lo ves.
Dr. Gil Mucavele en prácticas
Lo ves en gente como Mercedes o Alice y en cómo te tratan cada vez que hablas con ellas. Lo ves en cada vídeo que te llega mensualmente, a cada cual más ingenioso y que te da la vida. Lo ves en gente como Gil, que gracias a Khanimambo ha podido estudiar odontología y ahora ¡revisa la boca de todos los niños de Khanimambo! Y da sesiones de cómo lavarse bien los dientes a las madres.
Lo ves en esa pedazo de Escolinha ya terminada, donde hace un año vi al bueno de Jesús (el constructor) poner las primeras vigas ¡Y que ahora hay que equipar!
Lo ves en mi ahijado Zé, que tendrá la oportunidad de estudiar, ¡y yo de verlo! Y de tantos otros niños con los que compartí, sin duda, el mejor noviembre de mi vida. Ha pasado un año, pero cada día pienso en cómo devolver la sonrisa que me dieron. Compromiso es lo que he dicho que definía a Khanimambo ¿no? Compromiso, constancia, cercanía…
No se puede pedir más.
José Luís y María, 2013.
Since a new summer programme is starting in a week, José Luís Ibarra, a volunteer on the 2013 summer programme, has sent us a letter about his impressions of last year:
My story is one of a kid who had lost a job he didn’t like. I didn’t like much, really. I wanted to feel useful, just that, and I had a whole year ahead of me. So, I looked for projects that were both personal and professional.
I first went with all the enthusiasm in the world to a Christian, Catholic, NGO with loads of names. They told me the worst thing I’d ever heard… I was not ready to help, they said. To cheer me up, a few days later, Julia, a good friend, showed me the video Need a smile? Help yourself
I really needed that smile and it was only those children in that video that could give it to me. The children and also Mercedes, Alice and, later, Eric and Alexia.
Now a year has passed since I was part of Ungata Project, a summer programme with the Khanimambo Foundation. I look back now and, without doubt, it was one of the most enriching experiences of my life.
At first, I didn’t really know how I was going to help and, honestly, I still don’t know how I did. The first days were tough and all about adjusting, but thanks to the enthusiasm of me and María, they flew by. Everything flew by. We started Team Tiger and we always gathered as a team under the green and white porch of the Khanimambo School. With the rest of the “animals”, we went twice a week to Xai Xai beach. There were no teams there. I still remember that. That and a thousand other experiences.
If I had to define Khanimambo in one Word, it would be commitment. It’s not a one-off project, it’s a project for life which you can easily be part of and one that you know the purpose of. It’s not just that you know it, it’s that you can see it.
Dr. Gil Mucavele
You see it in people like Mercedes and Alice and how they treat you every time you speak to them. You see it in every video they send you each month, each one cleverer than the last, sending you life. You see it in people like Gil, who, thanks to Khanimambo, has been able to study dentistry and now gives checkups to all the Khanimambo children, as well as teaching mothers how to properly clean teeth!
You see it in this amazing School now finished, where one year ago I saw Jesús (the builder) lay the first beams. And which now has to be furnished!
You see it in my sponsor child, Zé, who will have the chance to study, and me the chance to see him do it! Like so many other children with whom I shared, without a doubt, the best November of my life. A year has gone round but everyday I think about how I can give back that smile they gave me. I said commitment defines Khanimambo, didn’t I? Commitment, determination, support… You can’t ask for more.
José Luís & María, volunteers for the 2013 Summer Program, with Orquidia and Daisy
Aproveitando o facto de, daqui a uma semana, começar uma nova edição do curso de Verão em Khanimambo, José Luís Ibarra, voluntário no Curso de Verão de 2013, escreveu-nos uma carta com as suas impressões do ano passado:
A minha história é a de um rapaz a quem despedem de um biscate que não lhe agradava. Não lhe agradava nada realmente. Queria sentir-me útil, apenas isso, e tinha todo um ano pela frente. Pelo que procurei projectos tanto pessoais como profissionais para isso.
Primeiro tentei com todo o entusiasmo do mundo com uma ONG cristã, católica e não sei quantos apelidos mais. Deram-me a maior hóstia que alguma vez recebi… Não estava preparado para ajudar, disseram-me. Uns dias mais tarde, Julia, uma boa amiga, para tentar animar-me, mostrou-me o vídeo de Necessitas sorrir? Deixa-te Ajudar.
Eu sinceramente necessitava deste sorriso e foram as crianças desse vídeo os únicos que me fizeram sorrir. As crianças e também Mercedes, Alice e mais tarde Eric e Alexia.
Agora passa um ano desde que participei no Projeto Ungata, o curso de Verão da Fundação Khanimambo. Hoje olho para trás e, sem dúvida, esta foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida.
Ao princípio não sabia muito bem como iria ajudar, e sinceramente ainda não sei em que ajudei. Os primeiros dias foram duros, de adaptação, mas graças ao interesse que eu e Maria tínhamos, passaram depressa. Tudo passou muito depressa. Criamos a equipa dos Tigres e sempre a defendemos por baixo desse alpendre verde e branco da Escolinha de Khanimambo. Com os outros “Animais” íamos duas vezes por semana à praia de Xai Xai. Ali já não havia equipas. Fico com tudo isso. Com isso e com mais mil e uma experiências.
Se tivesse que definir Khanimambo com uma palavra, ela seria compromisso. Não se trata de um projecto pontual, é um projecto de vida em que podemos colaborar da melhor forma possível e onde sabemos qual é o destino dessa colaboração. E não é o que sabemos, é o que vemos.
Dr. Gil Mucavele
É o que vemos em pessoas como Mercedes ou Alice e no modo como nos tratam sempre que falamos com elas. O que vemos em cada vídeo que nos chega mensalmente, cada qual mais espirituoso e que nos dá a vida. O que vemos em gente como Gil,que graças a Khanimambo teve a possibilidade de estudar odontologia e agora passa revista à boca de todas as crianças de Khanimambo! E dá formação às mães sobre como lavar bem os dentes.
É o que vemos nesse pedaço de Escolinha já terminada, onde faz um ano vi o bom Jesus (o construtor) colocar as primeiras vigas. E que agora há que equipar!
Vemo-lo no meu afilhado Zé, que terá a oportunidade de estudar, e eu de o ver! E tantas outras crianças com quem partilhei, sem dúvida, o melhor Novembro da minha vida. Passou um ano, mas todos os dias penso em como devolver o sorriso que me deram. Disse que compromisso é o que melhor define Khanimambo, certo? Compromisso, constância, proximidade…
Não se pode pedir mais.
José Luís e María, voluntarios do Curso de Verão 2013, com Orquidia e Daisy
