Algumas das perguntas mais frequentes que recebemos são:
“Como é o processo de entrada de um menino ou de uma menina em Khanimambo?” ou “Como é que se procede à seleção de quem entra?”
A resposta a estas perguntas é complexa, pelo simples motivo de, que estudamos caso a caso. E, efetivamente, dispomos de um método para tal selecção. Embora este não seja infalível, ele deixa-nos muito próximos de tomar a melhor decisão para o conjunto do projeto, tendo em conta dois grandes fatores: garantir o serviço de qualidade que oferecemos e encontrar um equilíbrio tão justo quanto possível entre o grau de necessidade de cada família com o grau de envolvimento e de compromisso com Khanimambo.
O primeiro fator é muito simples e claro de entender. O Centro Munti tem atualmente uma capacidade máxima para atender a 400 meninos, meninas e jovens, bem como 400 adultos, simultáneamente. Se ultrapassarmos esta lotação, seria difícil garantir a qualidade do serviço. Tanto por espaço, como por proporção de pessoal profissional. De modo que, por norma, o número de crianças que saem no fim de um curso/ano, é o mesmo número que entram no próximo.
O segundo fator é o mais complexo. Uma vez por ano, no mês de outubro, abre-se uma jornada para inscrições. Num só dia, recebemos todos os pedidos de entrada. No total, tivemos 162 este ano. Neste pedido de entrada são realizadas várias entrevistas, bem como o preenchimento de um formulário inicial com a informação mais básica sobre cada candidato@. O primeiro rastreio é feito com base em vários indicadores.
Visitas ao domicílio e comitê de admissão
Para complementar esta série de dados iniciais, são realizadas visitas domiciliárias, para verificar visualmente que tudo o que foi dito é verdade e para conhecer melhor as famílias. A nossa equipa, formada pelos responsáveis do Projeto Masungulo (comunidade) e pelo pessoal da enfermaria, são os encarregues destas visitas, nas quais se analisam aspectos relacionados com o tipo de residencia (número de quartos, tipo de cozinha, serviços como água e luz, etc.) a higiene pessoal, os bens de cada família (se tiverem pomar/horta, animais, automóvel, mobiliário, etc.) e o grau de necessidades especiais no caso de crianças com qualquer condição ou deficiência.
Todas estas informações são finalmente remetidas para o comité de admissões, que as analisa objectivamente e as compara com outros dados como o número de irmãos que já estão no centro, as vagas que ficam livres em cada faixa etária, a distância até ao Centro Munti, o empenho de cada família nas atividades passadas da fundação, etc.
Com todos estes elementos, é finalmente tomada a melhor decisão para incluir no projecto um determinado número de rapazes, raparigas e jovens. E com a máxima garantia de que todos eles e os seus familiares aproveitarão da melhor maneira possível todos os serviços gratuitos que oferecemos.